Desde o princípio o homem é chamado ao trabalho. Logo após criar o homem, e antes da instituição do casamento, Deus criou o trabalho (Gn 2.15). O trabalho é uma necessidade natural da raça humana, sem a qual o homem não pode existir. A vida é o dom maior, mas não pode haver vida se não houver meios de sustentá-la.
Depois da Queda, o trabalho foi justamente uma das duas áreas atingidas, mas não revogada (Gn 3.17-19). O “domínio” (Gn 1.26-28) do homem sobre a terra e o meio ambiente se realiza no trabalho e mediante o trabalho. O ato criador de Deus (Gn 2.2) é descrito como “trabalho” (mela’khah), e é a mesma palavra hebraica é usada para descrever o trabalho do homem nos Dez Mandamentos (Ex 20.9 - 10), mostrando, assim, uma conexão entre o trabalho de Deus e o trabalho do homem.
O trabalho em suas diferentes formas é mencionado mais de 800 vezes na Bíblia, mais do que todas as palavras usadas para expressar adoração, música e louvor. O trabalho é tão importante para Deus que Ele dá a seguinte ordem ao povo de Israel: “Seis dias trabalharás...” (Êx 34.21). O senhor, tipo de Jesus, foi claro ao despedir imediatamente o servo inútil (Mt 25.30). O apóstolo Paulo, inspirado por Deus, decretou isto: “que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também” (2Ts 3.10).
A verdadeira felicidade é encontrada na comunhão com Deus mediante o trabalho útil. Deus indicou o trabalho como uma bênção para o homem, a fim de ocupar-lhe o espírito, fortalecer o corpo, desenvolver as faculdades e servir ao próximo.
O trabalho começou com Deus
Deus foi o primeiro trabalhador. Os dois primeiros capítulos do livro de Gênesis mostram Deus em serviço ativo, criando tudo que existe (Gn 1). O apóstolo Paulo reconhece Deus em Cristo Jesus como o criador e mantenedor de tudo (Cl 1.16.17). Contudo, Deus continua a trabalhar mesmo após a primeira semana da criação. E Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). Aliás, Deus é muitas vezes retratado na Bíblia como um próspero homem de negócios (Mt 20.1; Mc 12.1; Lc 15.17).
O trabalho na Bíblia
No AT não faltam menções ao trabalho humano, assim como aos diversos ofícios exercidos pelos israelitas; como, por exemplo: ferreiro, músico, desenhista, ourives, entalhador, tecelão, ferreiro, lenhador, escultor, oleiro. No NT encontramos várias referências ao trabalho humano: pastor, agricultor, médico, professor, comerciante, pescador, escriba, operários, soldado etc. O próprio Jesus deixou-nos o exemplo exercendo um ofício (Mr 6.3) durante quase 30 anos em Nazaré. Encontramos no livro Atos dos Apóstolos, profissionais da igreja primitiva que possuíam carreiras destacadas na comunidade: Cornélio era centurião (10.1); Lídia, vendedora de tecidos púrpura (16.14); Simão era curtidor (9.43); Dorcas, ótima costureira (9.39); Áquila, Priscila e Paulo fabricavam tendas (18.1-4).
Jesus, um empreendedor de sucesso
A palavra grega “tektõn”, usada para se referir à profissão de Jesus, possui um significado mais amplo e se aplica tanto à função de carpinteiro quanto às de pedreiro, serralheiro, projetista, mestre de obras, construtor. Aliás, tektõn é a raiz da atual palavra “arquiteto”. Um tektõn poderia projetar e construir uma máquina, um carro, um navio, uma casa, uma ponte, ou um templo. Jesus era um "Tektõn" (Hb 11.10). Após a morte de Seu pai José, tornou-se proprietário de oficina, um próspero empresário.
A maior parte do ministério dos patriarcas, de Jesus e dos apóstolos não foi na sinagoga, mas em ambientes de trabalho. Mais de 75% dos personagens da Bíblia eram trabalhadores que fizeram o ministério, como parte de seu trabalho.
E para você, o que é o trabalho?
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