IGREJA CORPORATIVA: OS OFÍCIOS

"Vós também, como pedras vivas, sois edificados como casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo." (1Pd 2.5)


A doutrina do sacerdócio de todos os cristãos é bíblica. Em Cristo somos considerados como “pedras vivas”, “casa espiritual", “sacerdócio santo”, o que Paulo chamou de “templo do Espírito Santo” (1Cr 6.19). Cada cristão é sua própria “igreja”, seu próprio “ministério”, seu próprio “sacerdócio”. Entretanto, não temos sido capazes de superar a dependência espiritual dos clérigos profissionais.

A maioria dos crentes leigos quer ministrar em sua família e ambiente de trabalho, cumprindo o mandato evangelístico que Jesus lhes deu (Lc 16.15-18). Todavia, a grande maioria dos clérigos frustra esse chamado impondo a falsa idéia de que pertencem a uma “casta espiritual inferior”. Dividem a igreja de Cristo em sistemas de castas, onde os “clérigos” são superiores espirituais dos “leigos”. Mas não existe o conceito de “cidadãos de segunda classe” no reino de Deus.

“A igreja deve se afastar do mundo”. “Religião e negócios não se misturam”. “O ministério é apenas realizado no ambiente congregacional”. Essas afirmações não são verdadeiras. A Bíblia não ensina assim. Pelo contrário, o primeiro homem na Bíblia descrito como sendo cheio do Espírito de Deus era um artesão (Ex 31.1-11). Jesus é nosso modelo de ministro no ambiente de trabalho (Lc 5.1-11).

O apóstolo Paulo é claro em afirmar que os dons espirituais foram dados a igreja para serem utilizados “para o que for útil” (1Co 12.7). Não foram dados para uso apenas quando reunidos no recito da igreja, mas em todos os ambientes da sociedade, inclusive no ambiente de trabalho. Os dons espirituais fazem parte da identidade pessoal de cada um como cristão (1Co 12.18).

A Igreja Corporativa, ou a Igreja no Ambiente de Trabalho, abre as portas para que os santos de Deus usem seus dons e cumpram seu desígnio, conforme lhes foi ordenado por Deus, por meio de um ministério frutífero no seu local de trabalho não apenas no templo.

A Igreja Corporativa esteja estruturada sobre os mesmos fundamentos de governo da igreja reunida numa assembléia eclesiástica. Se a igreja no ambiente de trabalho faz parte da igreja legítima, seus líderes espirituais devem ser reconhecidos em seus ofícios e separados para o seu governo.

A Igreja Corporativa também engloba os cinco governos ungidos por Deus (Ef 4.11). Os apóstolos e os profetas foram dados para estabelecer o fundamento da igreja do qual Cristo é a pedra principal (Mt 16.18; Ef 2.20; Ap 21.14). A era dos apóstolos e dos profetas já passou. Ninguém coloca pedras do alicerce nas paredes. Vivemos hoje a era da “edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12) e outros três ofícios de governo se fazem necessários: PASTORES, EVANGELISTAS E MESTRES.

Na Igreja Corporativa, onde dois ou três estão reunidos em nome do Senhor Jesus, a autoridade que prevalece não é humana no sentido de liderança carnal, mas é uma autoridade delegada pelos santos e estabelecida por Deus (Mt 16.19).

Na Igreja Corporativa os dons espirituais não necessariamente precisam se tornar ofícios. Entretanto, o Espírito Santo não deixa de reconhecer esses ofícios. Podem não ser designados, ou receber um título para tal, mas podem ser reconhecidos como tais pelos santos que identificam seu trabalho como uma prova dessa "designação" do Espírito Santo.

Na Igreja Corporativa a liderança é servidora (Lc 22.25-27; Fp 2.3), muito diferente da do mundo. Não são reis, mas servos do rebanho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário